Fim da onda do food truck leva empresários a se reinventarem
O número de food trucks em São Paulo caiu pela metade e quem continuou no setor, precisa mostrar que entende do trabalho.
Não faz nem cinco anos que as ruas das grandes cidades foram invadidas pelos food trucks de todos os tipos e tamanhos. No entanto, nos últimos anos, o lucro começou a diminuir, o mercado saturou e os empresários do setor tiveram que se mexer para manter o faturamento.
É o caso do Raphael Correa, que tem um food truck de pizza. O publicitário largou a profissão em 2014 para montar o seu restaurante sobre rodas. Os primeiros dois anos foram bons, mas agora a situação piorou. “Comparado com o que tava sendo vendido no primeiro e segundo ano, as vendas caíram pela metade.”
Essa a queda de consumo foi geral e aconteceu por três razões: comer fora ficou mais caro e isso afastou os consumidores; a legislação não permite que o food truck circule, ou seja, venda comida em qualquer em por último, muita gente entrou no negócio sem preparo. O resultado foi que a cidade de São Paulo, por exemplo, tinha 400 food trucks dois anos atrás. Em 2017, o número já tinha caído pela metade.
O Raphael foi buscar a solução nos eventos. Hoje, faz 12 por mês e fatura R$ 30 mil. Ele aprendeu a trabalhar oferecendo o que o mercado quer: a embalagem, por exemplo, é prática, para quem come de pé, a massa é pré-assada e ele leva para o evento já tudo em porções. Com isso, o processo de montagem não demora mais que dois minutos. Em 5 minutos, no máximo, a pizza está na mão do cliente.
A consultora Sônia Sacramento explica que os eventos são mesmo uma boa oportunidade de fazer negócios
“No evento, o pessoal está mais disposto a gastar. A pessoa já vem pra passar um dia se divertindo, para conhecer as coisas nesse espaço cultural, por exemplo, e disposta a ficar mais tempo, já reserva um dinheiro para se alimentar e comer alguma coisa.”
Já para a empresária Marisabel Woodman, ter um food truck foi uma grande lição para montar um novo negócio. Ela montou um food truck de comida peruana no auge da moda. O negócio “bombou” até que ela, percebendo a mudança do mercado, mudou também. Preferiu ir para um restaurante em um ponto fixo. Nos dois anos de atividade, Mari recuperou o investimento no food truck, lucrou e ainda juntou R$ 80 mil, que foram usados para abrir o restaurante.
A empresária levou para o novo negócio todo o know how do primeiro: cardápio aprovado pelos clientes e equipe já montada e treinada.